Segundo um estudo feito em idosos com perda de memória ligeira verificou-se que doses maciças de três moléculas que pertencem à família da vitamina B abrandam a degeneração do tecido cerebral em 30%. A descoberta pode determinar o uso destas vitaminas para o combate eficaz de algumas doenças, nomeadamente a doença de Alzheimer.
Transcrevo, na íntegra, a notícia publicada no Público.Pt, no dia 09-09-2010:
“Isto é um resultado esmagador. É muito mais do que aquilo que tínhamos previsto”, explicou David Smith citado pelo Daily Telegraph. O especialista em farmacologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido, é o primeiro autor do artigo publicado na Public Library of Science One (PLoS One).
Sabe-se que a partir dos 60 anos há uma degeneração natural do cérebro. Nos indivíduos normais a diminuição é de 0,5 por cento por ano, mas as pessoas que sofrem de défice cognitivo ligeiro o atrofio passa para um por cento ao ano. Cerca de 16 por cento das pessoas com mais de 70 anos têm este problema, e metade destes vem a desenvolver Alzheimer, uma doença neurodegenerativo com perda rápida de memória e demência que afecta cerca de 26,6 milhões de pessoas no mundo. Nestes indivíduos, a diminuição do tamanho do cérebro é de 2,5 por cento ao ano.
Uma das associações fisiológicas que já se fez em relação à atrofia do cérebro foi o aumento de concentração no sangue do aminoácido homocisteína. Sabe-se que a família das vitaminas B regula a quantidade desta molécula, e é capaz de reduzi-la.
Através de um estudo que durou dois anos, testou-se a acção destas vitaminas em pessoas com mais de 70 anos que têm problemas ligeiros de memória. Oitenta e cinco participantes receberam uma dose diária de ácido fólico, vitamina B6 e vitamina B12 em grandes quantidades, e 83 pessoas tomaram um placebo.
No final, através de imagens de ressonância magnética, verificou-se a evolução da degeneração do cérebro e mediram-se os níveis do aminoácido.
Em média, os pacientes que tomaram as doses de vitamina B desaceleraram a atrofia do cérebro em 30 por cento, mas muitos – os que tinham uma grande concentração de homocisteína – reduziram esta atrofia em 53 por cento, comparando com as pessoas que tomaram o placebo.
“Este é o primeiro destes tipos de teste que funcionou de uma forma muito clara. Acho que vai mudar toda a direcção da investigação em Alzheimer”, defendeu David Smith.
Para Rebecca Wood, directora-executiva do Alzheimer’s Research Trust, que financiou parte do estudo, a descoberta é muito importante. “Estes resultados fortes devem inspirar testes que sigam pessoas que se espera que desenvolvam Alzheimer. Devemos ter esperança na continuação dos resultados”, disse citada pelo The Guardian.
Os participantes tomavam diariamente TrioBe Plus, que é prescrito na Suécia, e que tem concentrações das três vitaminas que ultrapassam a dose diária recomendada. Os medicamentos continham 300 vezes a dose diária recomendada de B12, quatro de ácido fólico e 15 de B6. Os efeitos destas quantidades são desconhecidos e vão ter que ser seguidos. No artigo, os autores salientam a necessidade de testes para provar que a perda de cognição dos indivíduos abranda como se observou."
Notícia transcrita na íntegra do PÚBLICO.PT
Fonte de imagem: www.gettyimages.com
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